sexta-feira, junho 03, 2005

A porta de um olhar

Ora leitor, há que se dizer que por um longo tempo não escrevo aqui. Muitas poderiam ser as razões para tanto, que poderiam me confortar a alma em buscar desculpas, em tentar desesperadamente impedir que mais um dos pilares de minha alma viesse a cair. Em vão. Resto aqui defronte a vocês sem mais respostas para todas as perguntas que tilintam em minha mente, resto aqui, resto... Mas de uma forma tão assustadora que me parece que minha mente e meu corpo meteram-se em uma guerra e seguiram caminhos opostos.

Paro para pensar onde me encontro, mas não me acho. Meus pensamentos neste momento estão perdidos pelos limites da razão, se buscando entre si, tentando fazer da loucura um sentido na vida deste estupefato autor. De repente, por um instante de segundo consigo me localizar. Ergo a cabeça e me vejo num quarto escuro, vazio. Em minha frente, existe uma porta, olho-a, mas temo por abri-la, o que poderá acontecer? Quem poderá estar do outro lado? Diversas perguntas que por menos valor que possam ter martelam em minha cabeça e impedem meus movimentos.

Permaneço sentado no chão, contemplando as diversas possibilidades que a abertura da porta se me traria. Abrir? Ainda não consigo me concentrar o suficiente para levantar o braço em direção à maçaneta. Agora, uma forte sensação surge na ponta do meu estomago, mas continuo a encarar fixamente a porta, que me retribui um olhar pavoroso que me faz rebaixar a cabeça.

E assim, perpetrado por um medo irracional, mas de tão forte me faz tremer a alma, continuo sentado, e a pergunta continua: Abrir? ABRIR? AAABRIR???? Perco a alma, começo a sentir que o ar agora foge de mim, e num último ímpeto de dignidade tento recuperar um mínimo fôlego que provoque uma centelha na vida do abismado autor. Abrir? Noto que uma fagulha de coragem começa a brotar no ínfimo do meu coração. Interessantemente, me vem à cabeça as histórias de heróis míticos, que sacrificaram suas vidas, que seguiram em frente, de cabeça erguida, mesmo enquanto o mundo que lhes cedia abrigo os derrubava insistentemente, quebrantando-lhes os espíritos. E mesmo depois de tantas tragédias, reerguiam-se e continuavam seu caminho. Chegou a minha hora de fazer o mesmo. Mesmo que minha tragédia pouco se compare com tais histórias, serviu para deixar uma cicatriz profunda no meu peito, serviu para me colocar de joelhos perante a vida e assistir calado o desmoronamento dos pilares de minh’alma. Sem escoras agora, do chão tento me reerguer para continuar minha efêmera caminhada por este mundo. Abrir?? Corajoso, levanto e caminho em direção à porta. Olho a maçaneta. Titubeio. Fecho os olhos e giro a maçaneta e lentamente abro a porta. Mesmo com os olhos fechados percebo uma luz forte forçando-se para dentro de minhas pupilas. Abro os olhos, e vejo um vazio. Não há nada do lado de fora do quarto. Subitamente, um arrepio gelado me sobe pela espinha: Fiz a coisa certa? Será que não devia ter aberto? Torno meu olhar para o quarto, que se encontra escuro e frio.

O que será este vazio? Por que não há nada fora do quarto? O que devo fazer? A luz emanada do lado de fora do quarto aquece minha face de maneira que sinto um pequeno conforto de que nem tudo está perdido. Chegou a minha vez. É hora de recomeçar. Não posso mais ficar me escondendo no passado com medo de viver o futuro. Saio em direção ao vazio. A porta atrás de mim fecha-se, isolando o quarto escuro. Estou agora em um lugar completamente desconhecido, mas sinto algo novo se manifestando em minha mente: esperança.

“A mente que se expande a uma idéia nova jamais retorna ao seu tamanho original”. Não sei por que isto me vem à mente. Mas me causa um grande conforto. Sinto pela primeira vez que o fantasma do passado finalmente está perdendo seu poder sobre mim. Saio rumo ao desconhecido, não sei o que devo fazer, não sei o que esperar, de nada tenho certeza, mas sei que o caminho que trilho, mesmo pleno de potenciais arrependimentos, me faz humano, como há muito tempo não me sentia.

segunda-feira, maio 02, 2005

Descrédito

Saco, tudo o que acontece e aconteceu até agora me parece uma perfeita conspiração do Universo contra a minha pessoa... Algum dia isto há de melhorar? Estou desacreditado pelo mundo...ou seja, enfim, um saco...

Sacooooooooooooooooooooooooooooo!!!!!

Só digo: All work no play makes Felipe a dull boy. Well, isn't that perfectly true...

domingo, abril 24, 2005

Pândego Pós Feriado

Mais um feriado fatalmente termina.

Agora não tenciono descrever os fatos que me acometeram, justamente porque se o fizesse, não completaria duas linhas. Posso dizer que foi divertido...não ter o que esperar pode ser engraçado, como em uma comédia solitária e deliriosa. Resta aqui meu post para manter a minha intenção e fútil promessa de prolongar este blog. Acredito que durante a semana terei mais o que escrever ao desiludido leitor. Aguardem-me...A esperança, meus queridos, é última que morre.

Enquanto isso, que este círculo da vida continue e, se me permitem um escapismo popular...é hora de "Festa no Apê"...

Boas noites...

segunda-feira, abril 18, 2005

Ressaca Intelectual

Há muito já não contemplo este blog. Há muito não tenho idéias para um post. Há muito o tempo foge de mim, e há muito não consigo alcançá-lo. Escrever neste blog mais me parece uma batalha do que uma fuga da rotina. Mas é uma batalha interessante de ser travada. Gosto de postar aqui, embora não faça com tanta freqüência como seria aprazível de se fazer. Mas continuo postando.

Acredito que este post não deva se prolongar. Do título, trago a explicação. Ando sem idéias, e sem estas, postar se torna algo quase impossível. Talvez seja a palidez com que enxergo a vida ultimamente, talvez seja por simples preguiça de parar e pensar nas coisas como faço, ou fazia, em grande parte do tempo. Acredito ainda que deva ser porque fatos novos não andam a acontecer. A rotina me tomou, e me tomou por completo. Jazo (e porque não) agora na cama, ao fim de um dia e principiar de uma nova madrugada.

Bom, deixemos de devaneios acerca dos males da vida e falemos de coisas menos pesarosas ou complicadas. Devo? Não sei, mas o melhor é falar e esperar o resultado. Falei que ando sem idéias. Pareço que estou tagarelando sobre randômicos assuntos sem qualquer propósito. Bom, avisei o assustado leitor desde o começo deste post, não?

Estou ficando temeroso com relação a este post. Acredito que não está fazendo algum sentido, e por isso tenho por bem encerrá-lo antes que piore. Mas não temam leitores, essa ressaca haverá de passar e brevemente voltarei a plenamente perturbar-vos com besteiras cotidianas de uma ordinariedade impressionante.

Boas noites. Finalmente...